Fique Sabendo se seu exame está dentro dos parâmetros médicos exigidos!
Densidade:
A densidade da água pura é igual a 1000. Quanto mais próximo deste valor, mais diluída está a urina. Os valores normais variam de 1005 a 1035.
pH:
A urina é naturalmente ácida, já que o rim é o principal meio de eliminação dos ácidos do organismo. Enquanto o pH do sangue costuma estar em torno de 7,4, o pH da urina varia entre 5,5 e 7,0, ou seja, bem mais ácida.
O valor mais comum é um pH por volta de 5,5-6,5
Glicose:
Toda a glicose que é filtrada nos rins é reabsorvida de volta para o sangue pelo túbulos renais. Deste modo, o normal é não apresentar evidências de glicose na urina.
A presença de glicose na urina é um forte indício de que os níveis sanguíneos estão altos. É muito comum pessoas com diabetes mellitus apresentarem perda de glicose pela urina.
Proteínas:
A maioria das proteínas não são filtradas pelo rim, por isso, em situações normais, não devem estar presentes na urina. Na verdade, existe apenas uma pequena quantidade de proteínas na urina, mas são tão poucas que não costumam ser detectadas pelo teste da fita. Portanto, uma urina normal não possui proteínas.
Hemácias na urina / hemoglobina na urina / sangue na urina:
Assim como nas proteínas, a quantidade de hemácias (glóbulos vermelhos) na urina é desprezível e não consegue ser detectada pelo exame da fita. Mais uma vez, os resultados costumam ser fornecidos em cruzes. O normal é haver ausência de hemácias (hemoglobina).
Leucócitos ou piócitos – Esterase leucocitária:
Os leucócitos, também chamados de piócitos, são os glóbulos brancos, nossas células de defesa. A presença de leucócitos na urina costuma indicar que há alguma inflamação nas vias urinárias. Em geral, sugere infecção urinária, mas pode estar presente em várias outras situações, como traumas, uso de substâncias irritantes ou qualquer outra inflamação não causada por um agente infeccioso. Podemos simplificar e dizer que leucócitos na urina significa pus na urina.
Como também são células, os leucócitos podem ser contados na sedimentoscopia. Valores normais estão abaixo dos 10.000 células por mL ou 5 células por campo
Alguns dipsticks apresentam um quadradinho para detecção de leucócitos, normalmente o resultado vem descrito como “esterase leucocitária”. O normal é estar negativo.
Cetonas ou corpos cetônicos:
Os corpos cetônicos são produtos da metabolização das gorduras. Os corpos cetônicos são produzidos quando o corpo está com dificuldade em utilizar a glicose como fonte de energia. As causas mais comuns são o diabetes, o jejum prolongado e dietas rigorosas. Outras situações menos comuns incluem febre, doença aguda, hipertireoidismo, gravidez e até aleitamento materno.
Normalmente a produção de cetonas é muito baixa e estas não estão presentes na urina.
Alguns medicamentos como captopril, ácido valproico, vitamina C (ácido ascórbico) e levodopa podem causar falso positivos.
Urobilinogênio e bilirrubina:
Também normalmente ausentes na urina, podem indicar doença hepática (fígado) ou hemólise (destruição anormal das hemácias). A bilirrubina só costuma aparecer na urina quando os seus níveis sanguíneos ultrapassam 1,5 mg/dL. O urobilinogênio pode estar presente em pequenas quantidades sem que isso tenha relevância clínica.
Nitritos:
A urina é rica em nitratos. A presença de bactérias na urina transforma esses nitratos em nitritos. Portanto, fita com nitrito positivo é um sinal indireto da presença de bactérias. Nem todas as bactérias têm a capacidade de metabolizar o nitrato, por isso, exame de urina com nitrito negativo de forma alguma descarta infecção urinária.
Na verdade, o EAS apenas sugere infecção. A presença de hemácias, associado a leucócitos e nitritos positivos, fala muito a favor de infecção urinária, porém, o exame de certeza é a urocultura (leia: EXAME UROCULTURA | Indicações e como colher).
A pesquisa do nitrito é feita através da reação de Griess, que é o nome dado a reação do nitrito com um meio ácido. Por isso, alguns laboratórios fornecem o resultado como Griess positivo ou Griess negativo, que é igual a nitrito positivo ou nitrito negativo, respectivamente.
Cristais:
Esse é talvez o resultado mais mal interpretado, tanto por pacientes como por alguns médicos. A presença de cristais na urina, principalmente de oxalato de cálcio, fosfato de cálcio ou uratos amorfos, não tem nenhuma importância clínica. Ao contrário do que se possa imaginar, a presença de cristais não indica uma maior propensão à formação de cálculos renais. Dito isso, é importante destacar que, em alguns casos, a presença de determinados cristais pode ser um sinal para alguma doença.
Os cristais com relevância clínica são:
Cristais de cistina – Indicam uma doença chamada cistinúria.
Cristais de magnésio-amônio-fosfato (chamado de cristais de estruvita ou cristais de fosfato triplo) – podem ser normais, mas também podem estar presentes em casos de urina muito alcalina provocada por infecção urinária pelas bactérias Proteus ou Klebsiella. Pacientes com cálculo renal por pedras de estruvita costumam ter esses cristais na urina.
Cristais de tirosina – Presentes em uma doença chamada tirosinemia.
Cristais de bilirrubina – Costumam indicar doença do fígado.
Cristais de colesterol – Costuma ser um sinal de perdas maciças de proteína na urina.
A presença de cristais de ácido úrico, caso em grande quantidade, também deve ser valorizada, pois podem surgir em pacientes com gota ou neoplasias, como linfoma ou leucemia. Cristais de ácido úrico em pequena quantidade, porém, são comuns e não indicam nenhum problema.
Células epiteliais e cilindros:
A presença de células epiteliais na urina é normal. São as próprias células do trato urinário que descamam. Elas só têm valor quando se agrupam em forma de cilindro, recebendo o nome de cilindros epiteliais.
Como os túbulos renais são cilíndricos, toda vez que temos alguma substância (proteínas, células, sangue…) em grande quantidade na urina, elas se agrupam em forma de um cilindro. A presença de cilindros indica que esta substância veio dos túbulos renais e não de outros pontos do trato urinário como a bexiga, ureter, próstata, etc. Isto é muito relevante, por exemplo, nos casos de sangramento, onde um cilindro hemático indica o glomérulo como origem, e não a bexiga, por exemplo.
Os cilindros que podem indicar algum problema são:
– Cilindros hemáticos (sangue) = Indicam glomerulonefrite.
– Cilindros leucocitários = Indicam inflamação dos rins.
– Cilindros epiteliais = indicam lesão dos túbulos.
– Cilindros gordurosos = indicam proteinúria.
Cilindros hialinos não indicam doença, mas podem ser um sinal de desidratação.
A presença de muco na urina é inespecífica e normalmente ocorre pelo acúmulo de células epiteliais com cristais e leucócitos. Tem pouquíssima utilidade clínica. É mais uma obervação.
Em relação ao EAS (urina tipo I) é importante salientar que esta é uma análise que deve ser sempre interpretada. Os falsos positivos e negativos são muito comuns e não dá para se fechar qualquer diagnóstico apenas comparando os resultados com os valores de referência.
EAS (urina tipo I) normal
Apenas como exemplo, o que segue abaixo é um modelo de como os laboratórios apresentam os resultados do exame sumário de urina. Este exame está normal.
COR —- amarelo citrino
ASPECTO —- limpido
DENSIDADE —- 1.015 (normal varia entre 1005 e 1030)
PH —- 5,0 (normal varia entre 5,5 a 7.5)
EXAME QUÍMICO
Glicose —- ausente
Proteínas —- ausente
Cetona —- ausente
Bilirrubina —- ausente
Urobilinogênio —- ausente
Leucócitos —- ausente
Hemoglobina —- ausente
Nitrito —- negativo
MICROSCOPIA DO SEDIMENTO (sedimentoscopia)
Células epiteliais —- algumas
Leucócitos —- 5 por campo
Hemácias —- 3 por campo
Muco —- ausente
Bactérias —- ausentes
Cristais —- ausentes
Cilindros —- ausentes
Se você está preocupado(a) com a saúde dos sues rins, não deixe de assistir esse curto vídeo de 3 minutos, produzido pela equipe do MD.Saúde, que explica de forma simples a insuficiência renal e o exame da creatinina:


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